domingo, 18 de março de 2012

A revolução dos bichos

A Revolução dos Bichos

George Orwell

O sonho de um velho porco de criar uma granja governada por animais, sem a exploração dos homens, concretiza-se com uma revolução. Como acontecem com as revoluções, a dos bichos também está fadada à tirania, com a ascensão de uma nova casta ao poder. Nesta fábula feita sob medida para a Revolução Russa, todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais do que os outros.

Síntese

Num belo dia, os animais da fazenda do sr. Jones se dão conta da vida indigna a que são submetidos: eles se matam de trabalhar para os homens, lhes dão todas as suas energias em troca de uma ração miserável, para ao final serem abatidos sem piedade. Liderados por um grupo de porcos, os bichos então expulsam o fazendeiro de sua propriedade e pretendem fazer dela um Estado em que todos serão iguais.

Logo começam as disputas internas, as perseguições e a exploração do bicho pelo bicho, que farão da granja um arremedo grotesco da sociedade humana

Publicada em 1945, A Revolução dos Bichos foi imediatamente interpretada como uma fábula satírica sobre os descaminhos da Revolução Russa, chegando a ter sido utilizada pela propaganda anticomunista.

A novela de George Orwell de fato fazia uma dura crítica ao totalitarismo soviético; mas seu sentido transcende amplamente o contexto do regime stalinista.

Mais do que nunca esta pequena obra-prima da ficção inglesa parece falar aos nossos dias, quando a concentração de poder e de riquezas, a manipulação da informação e as desigualdades sociais parecem atingir um ápice histórico.


Assista abaixo ao filme inspirado na obra George Orwell



sábado, 17 de março de 2012

A Revolução Industrial



A Revolução Industrial

(séculos XVIII-XIX)


No seu dia a dia vocês estão rodeados de produtos industrializados: roupas, sapatos, televisão, computadores, alimentos, livros. Mas nem sempre foi assim. Dos milhões de anos de existência dos seres humanos na Terra, apenas nos últimos duzentos anos houve a presença marcante das indústrias.


Neste capítulo vocês vão conhecer o processo que, na Inglaterra do século XVIII, deu início à produção industrial. Para começar, observem as imagens e respondam às questões desta abertura.

Abertura

1. O que aparece na imagem 1? E na imagem 2?

2. Quais são as principais diferenças entre as imagens?

3. O que mais chama a atenção de vocês em cada imagem?

4. Que relação vocês estabelecem entre o título deste capítulo e essas imagens?

Informações

1. Observe a tabela abaixo e depois:

Produtividade na indústria inglesa de tecidos de algodão – Século XIX

Décadas

Número de horas trabalhadas

Produção por operário

Quantidade de máquinas a vapor

1830

100%

100%

100%

1840

87%

372%

170%

1860

87%

708%

280%

1880

82%

948%

800%

Adaptado de FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, s.d., v. III, p. 203


a) copiem no caderno o gráfico modelo;

b) com três canetas de cores diferentes, completem o gráfico de acordo com os dados da tabela;

c) unam os pontos da mesma cor. Em seguida, pintem a legenda de acordo com as cores que vocês usaram.

2. Agora, respondam no caderno:

a) Das três linhas desenhadas, quais são as duas mais parecidas?

b) Que conclusões vocês podem tirar disso:

c) Qual das três linhas representadas no gráfico sofre a menor alteração?

d) Por que a produtividade aumenta mesmo com a diminuição da jornada de trabalho dos operários?



Representações


Com base nas imagens a seguir respondam às questões no caderno:

a) O que as pessoas representadas em cada imagem estão produzindo?

b) Que equipamentos são utilizados?

c) Que tarefas são realizadas?

d) Em relação à situação do trabalho, quais são as diferenças entre as imagens?

e) Utilizem as palavras artesanato, manufatura ou indústria para definir as situações representadas.

Relações


Leiam os textos a seguir e respondam no caderno:

Sociedade de risco

"O futuro da Sociedade do Trabalho já pode ser observado no Brasil. [...],afirma o sociólogo alemão Ulrich Beck, 55, na abertura de seu último livro, "O Admirável Mundo Novo do Trabalho. [...].Beck aponta um dado alarmante: em dez anos ou menos, apenas um entre dois trabalhadores hoje ocupados na Alemanha terá uma vaga durável assegurada, e o outro trabalhará em "condições brasileiras", ou seja, à margem de qualquer sistema previdenciário [...].A crescente flexibilização e erosão do trabalho [...]são também compreendidas por Beck como uma "feminilização", termo sinônimo de brasilização.

Estamos convivendo com dois modelos de pleno emprego, os quais devem ser distinguidos com muito cuidado", explica Beck. "Um é o do Estado de Bem-Estar Social, modelo que previa, além do pleno emprego, seguridade social, plano de carreira para a classe média e estabilidade no trabalho. O outro modelo é o que chamamos de emprego frágil ou flexível, que implica carga horária variável, atividades de meio turno e contratos temporários, nos quais as pessoas desempenham vários tipos de trabalho ao mesmo tempo. As mulheres sempre trabalharam desse modo ao longo da história, e assim trabalha a maioria das pessoas nos países "subdesenvolvidos". É o que nós [...] poderíamos chamar de feminilização ou brasilização do trabalho.”


Mecanização engorda fileira de sem-terra

TIAGO ORNAGHI

DA AGÊNCIA FOLHA, EM ACREÚNA (GO)


A modernização do agronegócio, principalmente no Centro-Oeste, está gerando uma onda de desempregados nas fazendas de monocultura que se juntam em acampamentos de sem-terra.

Casos já foram localizados em Goiás e em Mato Grosso pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), pela CPT (Comissão Pastoral da Terra) e por entidades não ligadas à reivindicação pela reforma agrária, como a Secretaria da Agricultura do Estado de Goiás e a UDR (União Democrática Ruralista).

O coordenador nacional do MST João Pedro Stedile admite que a dispensa dos agricultores acaba facilitando o trabalho de convencimento do movimento. "O MST não precisa mais fazer trabalho de base, o agronegócio está fazendo por nós."

Neste ano, segundo Ernani Lopes Sobrinho, gerente da Agência Rural de Goiás, órgão da Secretaria da Agricultura, 3.905 famílias deixaram empregos em fazendas monocultoras e foram para acampamentos, aumentando de 6.560 para 10.465 as famílias acampadas no Estado, desde o começo dos trabalhos da atual safra, em abril. O aumento é de 59,53%.

"Esse aumento considerável na quantidade de famílias acampadas é resultado do alto índice de mecanização das lavouras de cana, soja e algodão", afirmou o superintendente substituto do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Goiás, Antônio Pereira de Almeida.

O pesquisador Philip Fearnside, da Coordenação de Pesquisas em Ecologia do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), diz que algumas culturas, como a soja, o algodão e a cana, que têm alto grau de mecanização, geram, em média, apenas um emprego para cada 200 hectares.

Os trabalhadores que faziam a colheita de algodão manualmente não tinham vínculos empregatícios com os produtores. Apesar de morar em áreas das fazendas, eles recebiam por empreitada, fosse no preparo dos campos, durante o plantio ou, mais comumente, na época da colheita.

Quando essas pessoas foram dispensadas, não receberam nenhum tipo de rescisão ou seguro. Atualmente, alguns agricultores que estão nos acampamentos chegam a trabalhar na colheita de tomates, para alguns fazendeiros da região. Para cada 15 quilos colhidos, ganham R$ 3. Mas o volume de trabalho não é suficiente para garantir ocupação a todos.

O presidente da UDR, Luiz Antonio Nabhan Garcia, diz que, apesar das dispensas de trabalhadores rurais estar ocorrendo, o agronegócio como um todo é gerador de emprego, pois as atividades que desaparecem no campo ressurgem nas cidades em funções ligadas ao processamento da produção. "A cadeia completa do agronegócio está gerando emprego no Brasil. Gera emprego justamente onde existe desemprego: nos centros urbanos."

"Mas a situação atual é muito delicada. Progressivamente, vai acabar a mão-de-obra no campo", pondera Nabhan Garcia.


a) No primeiro texto, o que significa “feminização ou brasilização do trabalho” para o sociólogo Ulrich Beck?

b) Ulrich Beck é otimista em relação ao futuro das sociedades industriais? Expliquem por quê.

c) Considerando a descrição que Ulrich Beck faz das atuais sociedades industriais, qual é a principal diferença entre elas e a sociedade inglesa da época da Revolução Industrial?

d) O que existe de comum entre o segundo texto e o que vocês estudaram sobre o trabalho durante a Revolução Industrial?

Releitura

1. Como vocês estudaram, a expressão Revolução Industrial indica um conjunto de transformações iniciadas com o aparecimento das primeiras indústrias na Inglaterra do século XVIII. O que justifica o uso do termo revolução?

2. Por que podemos dizer que os cercamentos contribuíram para a Revolução Industrial?

3. Quais são as principais diferenças entre o trabalho artesanal e o trabalho industrial?

4. Releiam suas respostas às questões 2 e 4 da abertura. Que outras respostas vocês dariam agora a essas questões?

segunda-feira, 5 de março de 2012

Ampliando conhecimentos: História, ciência e consciência histórica

Desafio de História

História, ciência e consciência histórica


1. (UFPE) História é a ciência que:

a) estuda os acidentes históricos e geográficos do planeta Terra;

b) se fundamenta unicamente em documentos escritos;

c) estuda os acontecimentos do passado dos homens, utilizando-se dos vestígios que a humanidade deixou;

d) estuda os acontecimentos presentes para prever o futuro da humanidade;

e) estuda a causalidade dos fenômenos físicos e sociais com base no empirismo.

resposta da questão 1:[C]



2. (UnB) No limiar do século XX, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, o historiador francês Ernest Lavisse fornecia as instruções para o ensino da História aos jovens de seu tempo, das quais reproduz-se o trecho seguinte. Ao ensino histórico incumbe o dever glorioso de fazer amar e de fazer compreender a pátria, todos os nossos heróis do passado, mesmo envoltos em lendas. Se o estudante não leva consigo a viva lembrança de nossas glórias nacionais, se não sabe que nossos ancestrais combateram por mil campos de batalha por nobres causas, se não aprendeu o que custou o sangue e o esforço para constituir a unidade da pátria e retirar, em seguida do caos de nossas instituições envelhecidas, as leis sagradas que nos fizeram livres, se não se torna um cidadão compenetrado de seus deveres e um soldado que ama sua bandeira, o professor perdeu seu tempo. Com o auxílio das idéias defendidas pelo historiador Lavisse, julgue os itens que se seguem.

(1) A História é escrita pelos pesquisadores e deve ser ensinada pelos mestres com o compromisso de quem pesquisa e ensina as grandes questões de seu tempo.

(2) A visão excessivamente patriótica do autor expõe concepções que, no alvorecer do século XX, entendiam que o historiador tinha como função glorificar a nação, o Estado e as instituições.

(3) O "ensino histórico", no contexto do Brasil contemporâneo, deve ser, sobretudo, um instrumento de combate para fazer que as armas intelectuais estejam a favor da unidade da pátria e do amor de cada cidadão pela sua bandeira.

(4) A revolução metodológica no ensino da História tornou-a, no fim do século XX, completamente racional e neutra, sem qualquer possibilidade de interferência da ideologia na teoria.

resposta da questão 2:V V F F



3. (UnB) Pelo olhar do poeta, também é possível compreender determinados aspectos essenciais para a conceituação de História. Leia, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade:

Aconteceu há mil anos?

Continua acontecendo.

Nos mais desbotados panos estou me lendo e relendo.

Ou, ainda, do mesmo autor:

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente.


Com o auxílio das observações de Drummond, julgue os seguintes itens, referentes ao conceito de História e ao ofício do historiador.

(1) Tendo por objeto o estudo do passado, a História parte das contingências da "vida presente" para inquirir aquilo que passou.

(2) Especialmente em épocas de crise generalizada, sobressai o papel que se espera do historiador: lembrar o que os outros esqueceram.

(3) O quarteto acima traz a idéia de que o passado é continuamente reescrito, a partir de cada presente e de seus novos interesses, eliminando, assim, a possibilidade de a História conter um caráter científico.

(4) A reconstrução do passado, exatamente como ele ocorreu, é o que fazem os historiadores, independentemente de suas convicções ideológicas e pessoais.

resposta da questão 3:V V F F



4. (UFC) Analise o texto a seguir.

"E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de histórias é justamente o contrário do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias. (...)"

Fonte: ASSIS, Machado de apud CHALHOUB, S. e PEREIRA, L.A. de M. (Org) A HISTÓRIA CONTADA. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998, p.67.

Ante as novas tendências interpretativas da História, há uma diferença entre o contador de histórias e o historiador, de acordo com a qual é correto afirmar que:

a) a literatura torna-se inexpressiva ao historiador, que se fundamenta nos documentos manuscritos e impressos.

b) o contador de história recorre à ficção e o historiador envolve-se com o real, de acordo com a sua interpretação e as práticas sociais consideradas.

c) a interpretação do historiador, apesar de valorizar a diversidade de informações, deve limitar-se à do contador de histórias.

d) a história do cotidiano passou a ser depreciada pelos profissionais da História por menosprezar a análise social.

e) a autenticidade dos fatos históricos exclui a força da subjetividade, presente na reconstrução do passado.

resposta da questão 4:[B]



5. (UFPE) A História é uma das áreas do conhecimento mais polêmicas. Pode-se atribuir este caráter à História, porque, em sentido genérico, todos somos historiadores e, por outro lado, porque o acontecimento histórico é passível das mais diferentes interpretações.

( ) No período de crescimento, a criança e o adolescente, através da convivência social, da escola e da cultura, formam de maneira quase natural uma visão do passado, do presente e do futuro. Constroem assim uma visão histórica, em ressonância com o que seu grupo social ensinou-lhe.

( ) A História, apesar de ser alvo de muitas polêmicas, estabelece verdades comprovadas, que têm como base os documentos. Por essa razão, é correto admitir, como fazem todos os autores, que a história da humanidade só se inicia com o uso da escrita.

( ) A História é um saber científico e, portanto, não muda. Podemos comprovar que aquilo que aprendemos, muitas vezes, são verdades inquestionáveis através dos séculos. Essa característica da História garante-lhe um lugar entre as demais ciências.

( ) Todos aqueles que defendem a História como um conhecimento passível de muitas interpretações, contribuem para fortalecer a idéia de que a História é um conhecimento certo e verdadeiro, construído a partir de documentos que não deixam margem a dúvidas.

( ) O bombardeio atômico sobre as cidades japonesas em 1945, embora seja um fato inegável para alguns historiadores, significou um genocídio injustificável; para outros, foi um ato necessário para evitar o prolongamento da II Guerra, o que revela o caráter interpretativo da História.

resposta da questão 5:V-F-F-F-V



6. (UEL) Walter Benjamin usa a alegoria, o "anjo da história", para criticar uma noção de processo histórico muito em voga no final do século XIX e início do século XX. Em sua obra, que pretendia ser uma grande arqueologia da época moderna, Benjamin faz uma tripla crítica: ao triunfo da burguesia, ao culto da mercadoria e à fé no progresso. Ele critica uma visão que assimila o progresso da humanidade estritamente ao progresso técnico e que propaga um determinismo no qual a libertação seria um acontecimento garantido pelo curso natural da história. A partir dessa crítica, ele propõe uma outra visão sobre o processo histórico. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que para o autor:

a) A história deve permitir reativar, no presente, aspectos do passado, a fim de retomar uma história inacabada.

b) A diacronia cria um tipo de inteligibilidade em que os acontecimentos futuros podem ser previstos e assegurados.

c) As sociedades se desenvolvem progressivamente e os eventos devem ser tomados como causas e conseqüências.

d) A história é uma seqüência linear de eventos associada a um movimento numa direção discernível.

e) A história é uma sucessão de sistemas socioculturais que evoluem dos mais simples aos mais complexos.


resposta da questão 6:[A]



7. (UFLA -2008) Toda ciência tem como referência um objeto formal de estudo e a História não é diferente. Nas frases selecionadas abaixo, pode-se identificar objetos formais do estudo da História, EXCETO:

a) "A percepção é sempre um processo seletivo de apreensão." (Milton Santos: 1926-2001).

b) "É a ciência dos homens no transcurso do tempo." (Marc Bloch: 1878-1956).

c) "É o processo de mudança contínua da sociedade humana." (Lucien Febvre: 1878-1956).

d) "O presente repetir o passado, [...] um museu, de grandes novidades [...] o tempo não pára." (Cazuza: 1958-1990).

resposta da questão 7:[A]



8. (UnB) "As tragédias, bem entendido, não são mitos. Pode-se afirmar, ao contrário, que o gênero surgiu no fim do século VI, quando a linguagem do mito deixa de apreender a realidade política da cidade. O universo trágico situa-se entre dois mundos, (...)"

Considerando a interpretação oferecida pelo trecho de J. P. Vemant, julgue os itens seguintes, relativos à história do mundo grego antigo.

(1) A instauração de uma nova ordem política com a consolidação da "pólis", contribuiu para o revigoramento do mito como sustentáculo de práticas de poder.

(2) O novo gênero - história -, contemporâneo da vitória da "pólis", afirmou-se com Tucídides, na crítica ao mito, propondo formas mais racionais de acesso ao passado.

(3) A "Ilíada" e a "Odisséia", principais expressões da epopéia grega, falam de um mundo marcadamente democrático em que a personagem principal é o povo.

(4) As tragédias tinham por tema estórias do presente, o que permitiu aos seus autores ignorar quaisquer lendas oriundas da tradição épica.

resposta da questão 8:F V F F


9. “A história que se escreve está intensamente ligada à história que se vive.”

Analise a frase e escreva sobre a objetividade nos estudos históricos.

Resposta da questão 9:

A história escrita não pode ser isolada de sua época. Ela reflete o historiador e o tempo em que ele vive. Por isso, a objetividade histórica é sempre muito relativa: as intenções dos historiadores não podem ser consideradas verdades absolutas, variando de acordo com as mudanças ocorridas no presente histórico.

10. Explique em que consiste o trabalho do historiador?

Resposta da questão 10:

Serve para investigar e interpretar as ações humanas de modo a compreender o processo histórico.

OBS.: a palavra história é polissêmica, possui vários significados como:

- História de ficção: são as histórias existentes em alguns livros, nas novelas, nos filmes. Às vezes são inspiradas em conhecimentos de épocas, porém retirada da cabeça das pessoas.

- História de um processo vivido: fatos que ocorreram na vida de uma pessoa ou de um grupo social, suas lutas e sonhos, as alegrias e tristezas, sempre com base na memória.

- História do conhecimento: é quando procura se entender como os seres humanos viveram e se organizaram desde o passado mais remoto até os dias de hoje. Parra assim poder desvendar a historicidade (a condição histórica) das vivências humanas. Tudo isso se dá através do conhecimento que acaba por transformar a história na busca do saber voltado para a compreensão da vida dos seres humanos e das sociedades ao longo dos tempos.

11. (EJM) “História é passado e presente, um e outro inseparáveis.”

(Fernand Braudel)

Reflita sobre essa afirmação e comente-a.

Resposta: O conhecimento histórico não diz respeito somente ao passado. Para entender um período histórico, comparações com o presente também são válidas. Além disso é necessário compreender o contexto histórico em que as sociedades do passado estavam inseridas.



12. (Uece) Por muito tempo, os historiadores acreditam que deveriam e poderiam reproduzir os fatos "tal como haviam ocorrido". Dentre as características do conhecimento histórico que assim produziam, podemos assinalar corretamente:

a) ao privilegiarem a realidade dos fatos, os historiadores esperavam produzir um conhecimento científico, que analisasse os processos e seus significados.

b) era uma história linear, cronológica, de nomes, fatos e datas, que pretendia uma verdade absoluta, expressão da neutralidade do historiador.

c) como se percebeu ser impossível chegar à verdadeira face do que "realmente aconteceu", todo o conhecimento histórico ficou marcado pelo relativismo total.

d) os fatos privilegiados seriam aqueles poucos que eram amplamente documentados, como as festas populares e a cultura das pessoas comuns.

resposta:[B]


13. (Enem 2010)

Quem construiu a Tebas de sete portas?

Nos livros estão nomes de reis.

Arrastaram eles os blocos de pedra?

E a Babilônia várias vezes destruída. Quem a reconstruiu tantas vezes?

Em que casas da Lima dourada moravam os construtores?

Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?

A grande Roma está cheia de arcos do triunfo.

Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os césares?

BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que lê.

Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.

Partindo das reflexões de um trabalhador que lê um livro de História, o autor censura a memória construída sobre determinados monumentos e acontecimentos históricos.

A crítica refere-se ao fato de que

a) os agentes históricos de uma determinada sociedade deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicos ou grandiosos e, por isso, ficaram na memória.

b) a História deveria se preocupar em memorizar os nomes de reis ou dos governantes das civilizações que se desenvolveram ao longo do tempo.

c) grandes monumentos históricos foram construídos por trabalhadores, mas sua memória está vinculada aos governantes das sociedades que os construíram.

d) os trabalhadores consideram que a História é uma ciência de difícil compreensão, pois trata de sociedades antigas e distantes no tempo.

e) as civilizações citadas no texto, embora muito importantes, permanecem sem terem sido alvos de pesquisas históricas.



Resposta da questão 13:

[C]

Interpretação de texto. O poeta Bertold Brecht apresenta uma concepção de história que valoriza os trabalhadores, os homens comuns e faz uma crítica a cultura histórica tradicional que valoriza governantes como responsáveis por grandes feitos, como se fossem heróis.







14. (ETAPA SP) O historiador Caio Prado Júnior ao realizar um balanço dos três séculos de colonização portuguesa no Brasil assinala:
“... trata-se de uma situação que ainda não existe, que não tem conteúdo próprio, mas é apenas um estado latente que se revela por alguns fatos precursores, sintomáticos, mas isolados. Tais fatos vêm de longe, desde o início da colonização, se quiserem. E em rigor, poderíamos apanhá-los em qualquer altura de nossa evolução histórica.
(...) O historiador, ao ocupar-se dela, enfrenta o risco de tratar o assunto anacronicamente, isto é, conhecedor que é da fase posterior, em que ocorre seu desenlace, em que ela se define, projetar esta fase no passado.”


Caio Prado Júnior. – Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1963. pp. 357-358.

*anacronismo = consiste em usar termos e conceitos de um período histórico em um outro período que não corresponde ao analisado.



Segundo o texto:
a) anacronismo consiste em projetar o presente no passado.
b) todos os historiadores praticam o anacronismo.
c) o anacronismo é um método de investigação.
d) os estados latentes geralmente são anacrônicos.
e) a colonização é uma manifestação de anacronismo.

resposta: [A]






Ampliando conhecimentos: A crise feudal e a ascensão dos Estados Modernos

Desafio de História

A crise feudal e a ascensão dos Estados Modernos

1. (FGV – 2005) A partir de 1348, irrompeu na Europa, proveniente do continente asiático, a chamada Peste Negra. Seu efeito foi devastador, chegando a provocar a morte de mais de 25% da população européia durante o século XIV. Sobre a Peste Negra, podemos afirmar que:

a) A epidemia foi responsável pela recuperação econômica da Europa medieval após séculos de retração e crises de abastecimento.

b) Comunidades judaicas foram responsabilizadas pela epidemia e perseguidas pelos cristãos, que acionavam o sentimento antijudaico existente na Idade Média.

c) A epidemia provocou a busca de novas terras protegidas do contágio com a peste, resultando na conquista do norte da África e da Palestina pelos europeus.

d) A epidemia freou o processo de dissolução do feudalismo e provocou a implementação de práticas escravistas em toda a Europa Ocidental.

e) A epidemia foi controlada ao final da Idade Média e desapareceu completamente do território europeu nos séculos XVI e XVII.

resposta:[B]



2. (Fatec) A dissolução do Feudalismo foi apressada, no final da Idade Média, por uma sucessão de acontecimentos que geraram a chamada "crise do séc. XIV". Entre esses acontecimentos é correto citar:

a) Epidemias, como a Peste Negra, originadas principalmente da falta de estrutura das cidades para suportar o aumento populacional e enfrentar o problema da fome.

b) Grande Fome, manifestada neste século, devido ao grande número de pragas que destruíram as plantações.

c) Guerra dos Cem Anos, envolvendo, de um lado, França e Espanha e, do outro, Inglaterra e Portugal, e que gerou inúmeras mortes.

d) Revolta dos Camponeses; estes, sem ter o que comer, abandonaram os campos e causaram muitas mortes nas cidades.

e) Epidemias, como a Peste Bubônica, que matou cerca de 2/3 de toda a população da Europa.

resposta:[A]



3.(UFU) A Baixa Idade Média, período que vai do século X ao XV, foi marcada por processos históricos que desencadearam a crise do feudalismo, transformações de hábitos e costumes em relação ao tempo e ao trabalho. A esse repeito, assinale a alternativa INCORRETA.

a) As Cruzadas mesclaram interesses de cristianização de povos considerados infiéis e de expulsão de povos bárbaros de importantes regiões e rotas comerciais. A expulsão dos mouros na Península Ibérica fortaleceu as monarquias de Portugal e Espanha, criando condições para que estes países se tornassem pioneiros nas grandes navegações.

b) Nas cidades, a nascente burguesia aliou-se à Igreja contra o poderio da nobreza feudal, lutando pela centralização do poder e impondo novos valores, como o saber erudito das Universidades, a usura e o trabalho das corporações de ofício responsáveis pela produção em larga escala de artigos manufaturados.

c) Na Baixa Idade Média foram construídas grandes catedrais em estilo gótico, mostrando a imponência da Igreja Católica. Por outro lado, proliferaram obras que rompiam com dogmas católicos e apresentavam visões profanas e laicas sobre o homem.

d) Na crise do feudalismo o tempo passou do domínio sagrado para o laico. O tempo cíclico da Igreja, em que predominavam as mudanças naturais e climáticas, deu lugar ao tempo reagido pelas necessidades de acumulação de capital pela nascente burguesia, promovendo a disciplina e a rotina semanal de trabalho nas manufaturas.

resposta:[B]



4. (UEM) Sobre o período final da Idade Média, aproximadamente entre os séculos XIV e XVI, da história da Europa Ocidental, assinale a(s) alternativas(s) correta(s).

01) Nesse período, ocorreu uma série de revoltas camponesas e urbanas. Na França, as revoltas camponesas ficaram conhecidas pelo nome de Jacqueries.

02) Aquele período foi marcado pela consolidação do localismo político, fruto direto da Guerra dos Cem anos, que favoreceu a nobreza feudal.

04) O crescimento das cidades possibilitou um desenvolvimento da infra-estrutura urbana, com a construção de redes de esgoto e de água encanada. Esse fato tornou possível que, já naquela época, a Europa não vivesse problemas de saneamento urbano.

08) A desintegração do feudalismo, verificada no período, pode ser atribuída ao sucesso militar das Cruzadas e da bem sucedida expansão da sociedade feudal pelo Oriente.

16) A eclosão da peste negra, aproximadamente na metade do século XIV, dizimou uma parcela significativa da população europeia.

32) Entre as características do século XVI, destacam-se: a crise das relações de trabalho servis, o crescimento do comércio e da economia monetária.

resposta:49





5. (UFV) O longo processo de transição do Feudalismo para o Capitalismo teve início com uma crise econômica, social e política ocorrida na Europa, durante o século XIV. Aponte 3 elementos que caracterizaram essa crise.

resposta: A falta de alimentos,o aparecimento da Peste Negra (uma das mais graves epidemias que atingiu a população europeia ) e a Guerra dos Cem anos foram os principais elementos que caracterizaram essa crise.



6. (Fuvest) A peste, a fome e a guerra constituíram os elementos mais visíveis e terríveis do que se conhece como a crise do século XIV. Como conseqüência dessa crise, ocorrida na Baixa Idade Média,

a) o movimento de reforma do cristianismo foi interrompido por mais de um século, antes de reaparecer com Lutero e iniciar a modernidade;

b) o campesinato, que estava em vias de conquistar a liberdade, voltou novamente a cair, por mais de um século, na servidão feudal;

c) o processo de centralização e concentração do poder político intensificou-se até se tornar absoluto, no início da modernidade;

d) o feudalismo entrou em colapso no campo, mas manteve sua dominação sobre a economia urbana até o fim do Antigo Regime;

e) entre as classes sociais, a nobreza foi a menos prejudicada pela crise, ao contrário do que ocorreu com a burguesia.

resposta:[C]



7.(Unicamp) "Em 1348 a peste negra invadiu a França e, dali para a frente, nada mais seria como antes. Uma terrível mortalidade atingiu o reino. A escassez de mão-de-obra desorganizou as relações sociais e de trabalho. Os trabalhadores que restaram aumentaram suas exigências. Um rogo foi dirigido a Deus, e também aos homens incumbidos de preservar Sua ordem na Terra. Mas foi preciso entender que nem a Igreja nem o rei podiam fazer coisa alguma. Não era isso uma prova de que nada valiam? De que o pecado dos governantes recaía sobre a população? Quando o historiador começa a encontrar tantas maldições contra os príncipes, novas formas de devoção e tantos feiticeiros sendo perseguidos, é porque de repente começou a se estender o império da dúvida e do desvio."

(Adaptado de Georges Duby, "A Idade Média na França (987-1460): de Hugo Capeto a Joana D arc". Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992, p. 256-258.)

a) A partir do texto, identifique de que maneira a peste negra repercutiu na sociedade da Europa medieval, em seus aspectos econômico e religioso.

b) Indique características da organização social da Europa medieval que refletiam a ordem de Deus na Terra.

Respostas:

a) No aspecto econômico, a alta mortalidade teve impacto sobre a mão-de-obra, o que desorganizou as relações sociais e de trabalho. No aspecto religioso, o texto faz referência à concepção da peste como um castigo pelo pecado dos governantes, o que repercutiria, por exemplo, no surgimento de novas formas de devoção.

b) A concepção era a de uma sociedade dividida em três ordens (religiosos, guerreiros e trabalhadores), bem como o próprio caráter sagrado do laço de fidelidade que prendia suseranos a vassalos.



8. (Ufpel) "Sobre a Medicina: a existência do contágio (1313-1374). Para aqueles que dizem: "Como poderemos nós admitir a possibilidade da infecção, quando a lei religiosa a nega?" Replicamos que a existência do contágio é estabelecida pela experiência, investigação, evidência dos sentidos e relatos dignos de fé. Esses fatos constituem um argumento válido. O fenômeno do contágio torna-se claro para o investigador que verifica como aquele que entra em contato com os enfermos apanha a doença, enquanto o que não está em contato permanece são, e como a transmissão se efetua através do vestuário, vasilhame e atavios." Ibn al-Khatib de Granada.

In: PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. "História da Idade Média: textos e testemunhas". São Paulo: UNESP, 2000. [adapt.]

O texto do médico, na Idade Média, indica

a) que há identificação entre Ciência e Fé, no período da Reforma, sendo isso um dos fatores para a criação do Protestantismo.

b) divergências entre Medicina e Fé, exemplificadas pela atual prevenção da AIDS, que tem por base o persistente princípio religioso da inexistência de contágio.

c) que o empirismo científico foi estimulado pela religiosidade européia medieval, durante o Renascimento.

d) entraves no desenvolvimento científico provocados pelos ideais religiosos, quando a Igreja Católica era hegemônica na Europa Ocidental.

e) que a Medicina ocidental apresentou grande progresso, devido à fé religiosa, durante a Peste Negra na Europa

resposta:[D]



9. (UFU) A imagem adiante foi concebida em 1434 pelo artista flamengo Jan Van Eyck (1390-1441). A cena foi encomendada pelo mercador italiano Giovanni Arnolfini - retratado na tela ao lado de sua noiva, Jeanne de Chenany - e testemunhava a união conjugal desse casal.

Considerando o contexto social, econômico e artístico em que esse quadro foi pintado, assinale a alternativa INCORRETA.

a) O quadro é indicativo de transformações históricas pelas quais passavam a Europa desde a crise do feudalismo. Ele testemunha a emergência de novas classes sociais e de novos sentidos para a arte no contexto da chamada Revolução Comercial, retratando uma cena cotidiana de pessoas comuns (no caso, burgueses).

b) No século XV, a presença de mercadores italianos no norte da Europa era comum. Flandres e a Península Itálica estavam conectadas entre si desde, pelo menos, o século XIII, fazendo parte de uma grande rede de comunicação comercial, marítima e terrestre constituída na Europa.

c) O quadro demonstra que a nascente burguesia européia, do século XV em diante, passou a gozar de status social correspondente ao da nobreza. Isso porque, ao longo dos séculos XV, XVI e XVII, figurar em obras de arte era privilégio exclusivo dos grupos sociais de maior poder e prestígio.

d) A pintura flamenga do século XV dialogou com o Renascimento Italiano. A técnica da pintura a óleo, por exemplo, foi introduzida em Flandres e também na Itália naquela época. Essa técnica permitiu que pintores flamengos, florentinos e venezianos dessem mais realismo e vivacidade às suas obras.

resposta:[C]



10. (FAAP) "O tempo não pertence a ninguém para que possa ser vendido; o tempo pertence a Deus e ninguém tem o direito de vendê-lo."

Pensamento medieval contra o (a):

a) moeda

b) comércio

c) usura

d) guerra

e) paganismo

resposta:[C]



11. (UFRS) Leia o texto abaixo. "Tão grande era o número de mortos que, escasseando os caixões, os cadáveres eram postos em cima de simples tábuas. Não foi um só o caixão a receber dois ou três mortos simultaneamente. Também não sucedeu uma vez apenas de esposa e marido, ou dois e três irmãos, ou pai e filhos, serem enterrados no mesmo féretro [...]. Para dar sepultura à grande quantidade de corpos que se encaminhavam a qualquer igreja, todos os dias, quase toda hora, não era suficiente a terra já sagrada; e menos ainda seria suficiente se se desejasse dar a cada corpo um lugar próprio, conforme o antigo costume. Por isso passaram-se a edificar igrejas nos cemitérios, pois todos os lugares estavam repletos, ainda que alguns fossem muito grandes; punham-se nessas igrejas, às centenas, os cadáveres que iam chegando; e eles eram empilhados como as mercadorias nos navios [...]."

BOCCACCIO, Giovanni. "Decamerão". São Paulo: Abril, 1981.

O testemunho do escritor italiano Boccaccio faz referência ao advento da Peste Negra na Europa ocidental, a qual acelerou a crise do sistema feudal dos séculos XIV e XV. Assinale, entre as alternativas abaixo, o fator ao qual essa crise pode ser relacionada.

a) Nos séculos XIV e XV, a economia européia tornou-se predominantemente urbana, o que acarretou falta de trabalhadores no campo para a produção agrícola. Sem boas condições de alimentação, a população ficou mais sujeita às doenças.

b) O crescimento demográfico afirmou-se ao longo da Baixa Idade Média até um ponto em que a produção do sistema feudal não foi mais capaz de alimentar a população, que ficou fragilizada.

c) As técnicas de produção eram muito desenvolvidas para a época, a ponto de provocarem uma superprodução que gerou o desequilíbrio do sistema.

d) A servidão, instaurada como forma predominante de trabalho na Europa ocidental a partir do século XV, enfraqueceu a população e levou à mortalidade endêmica.

e) Como resultado da mortalidade provocada pela Peste Negra, os nobres decretaram leis para auxiliar a população camponesa.

resposta:[B]



12. (Unifesp) Vedes desabar sobre vós a cólera do Senhor... Só há cidades despovoadas, mosteiros em ruínas ou incendiados, campos reduzidos ao abandono... Por toda parte o poderoso oprime o fraco e os homens são semelhantes aos peixes do mar que indistintamente se devoram uns aos outros.

Este documento, do séc. X (ano 909), exprime

a) a situação criada tanto pelas invasões de sarracenos, magiares e vikings quanto pelas freqüentes pestes e guerras internas.

b) uma concepção da sociedade que, apesar de fazer referência a Deus, é secular por sua preocupação com a economia urbana e rural.

c) o quadro de destruição existente na Itália e na Alemanha, mas não no resto da Europa, por causa das guerras entre guelfose gibelinos.

d) uma visão de mundo que, embora religiosa, é democrática, pois não estabelece distinções sociais entre os homens.

e) um contexto de crise existente apenas na Baixa Idade Média, quando todo o continente foi assolado pela Peste Negra.

resposta:[A]




13. (UFG) "Na cidade de Florença, nenhuma prevenção foi válida nem valeu a pena qualquer providência dos homens. A praga, a despeito de tudo, começou a mostrar, quase ao principiar a primavera do ano referido [1348], de modo horripilante e de maneira milagrosa, os seus efeitos. A cidade ficou purificada de muita sujeira, graças a funcionários que foram admitidos para esse trabalho. A entrada nela de qualquer enfermo foi proibida. Muitos conselhos foram divulgados para a manutenção do bom estado sanitário. Pouco adiantaram as súplicas humildes, feitas em número muito elevado, às vezes por pessoas devotas isoladas, às vezes por procissões de pessoas, alinhadas, e às vezes por outros modos dirigidas a Deus."

(BOCCACCIO, Giovanni. Decameron In: MOTA, Myriam B.; BRAYCK, Patrícia R. "História das cavernas ao Terceiro Milênio". São Paulo: Moderna, 1997. p. 91.)

No trecho acima, o escritor florentino descreveu o cenário urbano na época da peste negra (1348), a pandemia (doença epidêmica amplamente disseminada) que causou milhares de mortes por toda a Europa.

Com base no exposto,

a) estabeleça as relações entre as atividades comerciais das cidades italianas com o Oriente e a presença da peste negra no continente europeu.

b) explique duas conseqüências sociopolíticas da peste negra na Europa no século XIV.

Respostas:

a) A Peste Bubônica chegou à Europa através dos ratos vindos nos navios mercantes do Oriente que aportavam em Gênova em razão de um intenso comércio entre as cidades italianas e o Oriente. A partir daí disseminou-se como epidemia favorecida pelas precárias condições de higiene no mundo europeu.

b) As altas taxas de mortalidade verificadas no século XIV, levaram à superexploração dos servos por parte dos senhores feudais devido à redução da oferta de mão-de-obra, o que desencadeou violentas revoltas camponesas. Para conter as revoltas, os nobres feudais recorriam à ajuda militar dos reis, o que contribuiu para o enfraquecimento do poder senhorial local em favor do fortalecimento do poder real no contexto da formação das Monarquias Nacionais europeias.




14. (Unifesp) O desaparecimento da servidão feudal, na Europa Ocidental, na Baixa Idade Média, foi

a) iniciado com o aparecimento de um mercado urbano para a agricultura, que levou à troca da renda trabalho pela renda dinheiro e intensificado com as revoltas camponesas.

b) realizado violenta e inesperadamente durante a peste negra, quando os camponeses aproveitaram-se da situação para se revoltar em massa contra os senhores.

c) proporcionado pela ação conjugada de dois fatores externos ao âmbito dos camponeses, as guerras entre os próprios nobres e destes com as cidades.

d) liderado pacificamente pela Igreja Católica, protetora dos camponeses, e concluído com a ajuda dos reis interessados em arruinar o poder dos senhores feudais.

e) determinado pelo fluxo de dinheiro que os senhores feudais recebiam das cidades em troca da liberação dos camponeses, empregados no sistema de produção em domicílio.

resposta:[A]




15. (G1) Caracteriza - se como a trilogia da crise do feudalismo nos séculos XIV e XV:

a) Cruzadas, Monarquias Nacionais e Querela das Investiduras.

b) Tratado de Verdun, Reforma Religiosa e Renascimento Comercial.

c) Guerra dos Cem Anos, Guerra de Reconquista e Guerra das Duas Rosas.

d) Peste Negra, A Grande Fome e guerras.

e) Revoltas dos Jacquers, Guerra dos Cem Anos e Tratado de Verdun.

resposta:[D]




16. (G1) Qual a importância histórica da Magna Carta, imposta ao rei João Sem Terra em 1215, durante a formação da Monarquia Nacional inglesa.

Resposta: A importância histórica da Magna Carta reside no fato de ter sido este o primeiro documento a limitar os poderes do rei. A partir daí caberia ao Parlamento a aprovação ou não dos impostos criados pelo soberano inglês.




17. (Mackenzie) A Magna Carta (1215) é considerada a carta fundamental das liberdades Inglesas. Ao jurá-la, o rei João Sem Terra comprometeu-se:

a) a dividir as terras pertencentes à Igreja entre os membros da Câmara dos Comuns e a aceitar a tutela da Câmara dos Lordes, nos negócios de Estado.

b) a subordinar a justiça do reino à autoridade do Parlamento, concordando com a criação de juizes itinerantes, que percorriam os condados para julgar todas as questões.

c) sujeitar-se à imposição do Parlamento Britânico, que limitava a autoridade da realeza, consolidando-o como único poder legislativo na Inglaterra.

d) a não cobrar tributos que não fossem previamente autorizados por um conselho e a não prender nenhum homem livre sem julgamento.

e) a garantir a imunidade para os nobres membros do Parlamento e a defender a liberdade de todos os habitantes da Grã Bretanha.

resposta:[D]




18. (Fuvest) "Se volveres a lembrança ao Gênese, entenderás que o homem retira da natureza seu sustento e a sua felicidade. O usuário, ao contrário, nega a ambas, desprezando a natureza e o modo de vida que ela ensina, pois outros são no mundo seus ideais."

(Dante Alighieri, A DIVINA COMÉDIA, Inferno, canto XI, tradução de Hernâni Donato).

Esta passagem do poeta florentino exprime:

a) uma visão já moderna da natureza, que aqui aparece sobreposta aos interesses do homem.

b) um ponto de vista já ultrapassado no seu tempo, posto que a usura era uma prática comum e não mais proibida.

c) uma nostalgia pela Antigüidade greco-romana, onde a prática da usura era severamente coibida.

d) uma concepção dominante na Baixa Idade Média, de condenação à prática da usura por ser contrária ao espírito cristão.

e) uma perspectiva original, uma vez que combina a prática da usura com a felicidade humana.

resposta:[D]




19. (Unicamp) No século XIII, um teólogo assim condenava a prática da usura: "O usurário quer adquirir um lucro sem nenhum trabalho e até dormindo, o que vai contra a palavra de Deus que diz: Comerás teu pão com o suor do teu rosto . Assim o usurário não vende a seu devedor nada que lhe pertença, mas apenas o tempo, que pertence a Deus. Disso não deve tirar nenhum proveito."

(Adaptado de J. Le Goff, "A Bolsa e a Vida", Brasiliense, 1989)

a) O que é usura?

b) Por que a Igreja medieval condenava a usura?

c) Relacione a prática da usura com o desenvolvimento do capitalismo no final da Idade Média.

respostas:

a) A prática de cobrar juros excessivos pelo empréstimo de dinheiro.

b) A igreja condenava o usura porque o usurário ganhava sobre algo que não lhe pertencia,o dinheiro ganho não vinha do seu suado trabalho, e para a Igreja dinheiro não gerava dinheiro, condenando assim essa prática.

c) Com o desenvolvimento do capitalismo no final da Idade Média tornou-se comum a prática da usura, realizar empréstimos de dinheiro era algo interessante, lucrativo.



20. (Uel) "Os homens da Idade Média procuravam na Bíblia um modelo que lhes guiasse o comportamento em relação à usura. [...] As transformações da sociedade ocidental cristã nos séculos XII e XIII tornavam a realidade da prática usurária possível e muitas vezes socialmente útil. [...] Às vésperas do nascimento dos grandes movimentos econômicos que preparam o advento do capitalismo moderno, a teologia medieval salvará o usurário do inferno ao inventar o purgatório. O usurário terá assim atingido seu duplo objetivo: salvaguardar sua bolsa na terra sem perder a vida eterna".

(FRANCO Jr. Hilário. "A Bolsa e a vida: a usura na Idade Média". 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1989. s.p.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, considere as afirmativas a seguir.

I. Esse momento histórico caracteriza-se pelo início do processo de acumulação de riquezas monetárias.

II. Na Idade Média, as práticas da vida material estavam separadas das práticas da vida religiosa.

III. Nesse período da história, a sociedade medieval tornava a prática da usura socialmente aceitável.

IV. O fenômeno da usura era tanto econômico, quanto moral, clerical ou religioso.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.

b) II e III.

c) III e IV.

d) I, II e IV.

e) I, III e IV.

resposta:[E]




21. (Ufg) O usurário, que adquirir lucro sem nenhum trabalho e até dormindo, vai contra a palavra de Deus que diz "Comerás teu pão com o suor de teu rosto". Assim, o usurário não vende ao devedor nada que lhe pertença, apenas o tempo, que pertence a Deus. Disso não pode tirar qualquer proveito.

CHOBHAM, Thomas de, apud LE GOFF, J. "A bolsa e a vida". São Paulo: Brasiliense, 1989. p. 39. [Adaptado].

O texto acima apresenta o posicionamento da Igreja Católica diante da crescente atividade dos usurários, nas cidades comerciais europeias (séc. XIII). Relacione usura, tempo e trabalho no discurso eclesiástico.

Resposta: A Igreja condena a usura ou empréstimo a juros com dois argumentos: o tempo é divino, não pode ser comercializado nesse tipo de transação.

Antagonismo entre trabalho e usura, com a valorização positiva do primeiro.

O lucro deve advir do trabalho conforme a citação bíblica do documento e não da venda do tempo divino.




22. (FGV) Num manuscrito do século XIII pode-se ler: "Os usurários são ladrões, pois vendem o tempo, que não Ihes pertence, e vender o bem alheio, contra a vontade do possuidor, é um roubo."

Apud LE GOFF, J., A bolsa e a vida. A usura na Idade Média. Trad., São Paulo, Brasiliense, 1989, p.39.

A respeito da usura é correto afirmar:

a) A usura foi tolerada pelos teólogos medievais que viviam nas cidades e criticada pelos teólogos que se dedicavam à vida contemplativa nos mosteiros rurais.

b) A usura era considerada um pecado pelos teólogos cristãos porque o usurário podia se apropriar, como um ladrão, de qualquer bem de seu devedor.

c) A prática da usura passou a ser considerada virtuosa pelos teólogos católicos, convencidos de que as críticas desferidas por Lutero eram pertinentes.

d) A usura era considerada um roubo do tempo que pertencia a Deus e foi praticada exclusivamente por judeus durante a Idade Média.

e) A usura foi condenada pelos teólogos medievais num contexto em que se desenvolvia uma economia monetária gerada no interior do feudalismo.

resposta:[E]





23. (Unesp) "Neste tempo revoltaram-se os camponeses em Beauvoisin. Entre eles estava um homem muito sabedor e bem-falante, de bela figura e forma chamado Guilherme Carlos. Os camponeses fizeram-no seu chefe e estes lhes dizia que se mantivessem unidos. E quando os camponeses se viram em grande número, perseguiram e mataram os homens nobres. Inclusive muitas mulheres e crianças nobres, pelo que Guilherme Carlos lhes disse muitas vezes que se excediam demasiadamente; mas nem por isso deixaram de o fazer."

(Texto adaptado de Crônica dos quatros primeiros Valois (1327-1392) in ANTOLOGIA DE TEXTOS HISTÓRICOS MEDIEVAIS.)

O documento oferece subsídios sobre a Jacquerie, revolta camponesa ocorrida em 1358 na França, abalada pela Guerra dos Cem Anos, entremeada de crises e epidemias que se propagavam. Com base no texto:

a) Justifique o caráter antifeudal da Jacquerie.

b) Cite três grandes calamidades do século XIV.

resposta:

a) A palavra "Jacquerie" passou a ser sinônimo de rebelião camponesa e, por séculos, a nobreza viveu sob o temor de uma repetição do episódio. Na memória popular, a "Jacquerie" é vista como uma série de massacres feitos pelos camponeses contra a nobreza.Essa revolta, iniciou-se de forma espontânea,reflectindo a sensação de desespero em que viviam as camadas mais pobres da sociedade.



b) Guerra dos 100 anos e Peste Negra.



24. (Mackenzie) A crise do sistema feudal agravou-se no século XIV com o início da Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra (1337-1453). Eduardo III, rei dos ingleses, invadiu a França, declarando-se rei.

A respeito desse período, é correto afirmar que:

a) eclodiram, na França, revoltas de camponeses, famintos e insatisfeitos com a superexploração, conhecidas pelo nome de "Jacqueries", em alusão a Jacques Bonhomme, expressão que os nobres usavam para designar o homem do campo.

b) a vitória dos ingleses sobre os exércitos de Joana D Arc, filha de humildes camponeses, nas batalhas de Orleans, Reims, Paris, Toulouse e Compiégne, acabaram por definir a sorte da guerra a seu favor, apesar da mítica religiosidade católica dos franceses.

c) após a vitória, a França mergulhou em um novo conflito, a Guerra das Duas Rosas, uma disputa pelo trono motivada pelos interesses monárquicos da família Lancaster, que acabou sendo derrotada por Luís IX, em Toulouse.

d) as transformações no modo de exploração feudal acabaram por beneficiar a nobreza francesa, que permaneceu neutra durante o conflito, enquanto o rei era obrigado a se aliar à burguesia para conseguir recursos para armar seu exército.

e) ocorreu a morte de inúmeros camponeses ingleses em virtude da brutal retaliação dos franceses, que, depois de expulsarem os ingleses de suas terras, passaram a ocupar e explorar os territórios dos anglo-saxões.

resposta:[A]





25. (Ufsm) Observe a figura:

"Joana d Arc em Paris", set de 1429. PILETI. "História e vida", v. 3. p. 199.

Figuras heróicas forjadas a partir de personagens reais ou criadas por artistas têm função semelhante. Joana d Arc, na Guerra dos Cem Anos, serviu para
a) reerguer a França abatida pela desaceleração econômica.
b) apoiar o rei da França e fortalecer o seu reino.
c) expulsar os invasores pagãos do território francês.
d) consolidar o predomínio do papa na Europa.
e) dar um herdeiro ao trono francês.

resposta: [B]