segunda-feira, 5 de março de 2012

A crise feudal e a ascensão dos Estados modernos

ESCOLA ESTADUAL ADALGISA DE BARROS
HISTÓRIA
SEGUNDA SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
CAPÍTULO 1
A CRISE FEUDAL E A ASCENSÃO DOS ESTADOS MODERNOS
Confira abaixo um resumo do capítulo 1
A crise feudal e a ascensão dos Estados Modernos



Saiba mais sobre a crise do feudalismo e a consolidação do processo de centralização política ao final da Idade Média.


AMPLIANDO OS CONHECIMENTOS

O surgimento do Estado na França



Leia, a seguir a entrevista que o historiador Georges Duby concedeu à Magazine Littéraire , em Paris. Ele falou sobre a formação do Estado na França, na época do lançamento de seu livro Moyen Age (Idade Média), da coleção História da França.

1. Para o autor, antes do século X, podia-se falar em nação francesa ou nos franceses como algo homogêneo? Por quê?

2. Faça um esquema representando a divisão entre os poderes central, espiritual, público e militar na França do século X.

3. O que facilitou, para Duby, a superação da fragmentação feudal em favor da centralização do poder nas mãos dos reis?

4. Pelo que você leu, pode-se afirmar que, pelo menos no caso francês, o Estado surgiu antes da nação? Justifique sua resposta.

5. Na atualidade, a maior parte do mundo é subdivida em vários estados-nação. Consulte livros e a internet para verificar se há, no presente, algum Estado que comporte diversas nações em seu interior. Pesquise também se existem nações espalhadas por territórios de diversos Estados. Exponha o resultado da sua consulta à turma, aprofundando as diferenças entre Estado e nação.





GUIA DE LEITURA/ENEM

1. Aponte os principais motivos que provocaram a crise da sociedade europeia no século XIV.

2. Por que diversas revoltas populares eclodiram no século XIV? Quais os resultados delas?

3. O que foi a Magna Carta? O que ela estabelecia? Na atualidade, o poder dos governantes é limitado por leis? Consulte livros e sites para entender como ocorrem a limitação e o equilíbrio entre os poderes no Brasil.

4. A proliferação de doenças como a peste, na Europa Medieval, estava relacionada às condições do meio ambiente e de higiene da população. Nos dias atuais, muitas das doenças que afetam os brasileiros também estão relacionadas às más condições de higiene. Procure, em livros ou na internet, informações sobre essas doenças e apresente-as a seus colegas. Aproveite para discutir um pouco mais o porquê da permanência de algumas doenças nas diversas regiões do país.

5. (ENEM) A Peste Negra dizimou boa parte da população européia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não foi suficiente para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu:

“As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas próprias mãos (...) E morreram tantos que todos achavam que era o fim do mundo.”

Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky. The Black Death: a turning point in history? New York: HRW, 1971 (com adaptações).

O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV, sugere que:

a) o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos.

b) a Igreja buscou conter o medo da morte, disseminando o saber médico.

c) a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte, porque as vítimas eram poucas e identificáveis.

d) houve substancial queda demográfica na Europa no período anterior à Peste.

e) o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os cadáveres não serem enterrados.

6. Relacione alguns indícios do início da superação da crise europeia no século XV.

7. (UNICAMP) No século XIII, um teólogo assim condenava a prática da usura:

“O usurário quer adquirir um lucro sem nenhum trabalho e até dormindo, o que vai contra a palavra de Deus que diz: ‘Comerás teu pão com o suor do teu rosto.’ Assim o usurário não vende a seu devedor nada que lhe pertença, mas apenas o tempo, que pertence a Deus. Disso não deve tirar nenhum proveito.”

(Adaptado de J. Le Goff, A Bolsa e a Vida, Brasiliense, 1989)

a) Por que a Igreja medieval condenava a usura?

b) Relacione a prática da usura com o desenvolvimento do capitalismo no final da Idade Média.

c) Na atualidade, a prática de usura é permitida? Que instituições ou sujeitos a desenvolvem?

d) Você já fez ou conhece alguém que tenha feito empréstimo de dinheiro a juros? Enumere as vantagens e as desvantagens de utilizar esse recurso.

GABARITO

CAPÍTULO 1: A CRISE FEUDAL E A ASCENSÃO DOS ESTADOS MODERNOS

AMPLIANDO CONHECIMENTOS

1. Não, porque ainda não havia uma consciência nacional entre os franceses. O que existia eram pequenas nações com costumes e leis próprias.

2. Neste momento, é importante perceber os poderes público e militar como locais.

3. A centralização do poder nas mãos do rei foi favorecida por uma lenta evolução tecnológica e intelectual, como as novas facilidades de comunicação e circulação de dinheiro e os novos argumentos jurídicos.

4. Sim, após a centralização política, os processos de formação da nação e de certa homogeinização da língua e dos costumes se instauraram.

5. No primeiro caso, podem-se citar vários Estados europeus, como a própria Rússia. Os curdos ou ciganos, entre tantos outros, podem ser levantados como exemplos de nações sem um Estado próprio.

GUIA DE LEITURA/ENEM

1. Podem-se abordar a super exploração da terra e dos camponeses, as revoltas populares, a Peste Negra, as guerras, a fome, etc.

2. Em geral, foram revoltas contra a violência senhorial e a carestia. De imediato, elas fracassaram, mas, a longo prazo, o trabalho assalariado se impôs no Ocidente europeu.

3. A Magna Carta é considerada a primeira lei a limitar o poder de um soberano, servindo de referência para as Constituições europeias posteriores. Hoje, os governantes são obrigados a respeitar as leis e constituições sob pena de terem seus atos decretados nulos pelo poder Judiciário. A limitação dos poderes no Brasil e a interação entre eles podem ser consultadas na Constituição nacional.

4. Pesquisa dos alunos.


5 : A

Resolução:

b) Falsa. Vários clérigos buscaram a providência divina para combater a Peste Negra. Algumas iluminuras da época retratam membros da Igreja realizando rituais litúrgicos e orações que deveriam combater os efeitos letais da epidemia.

d) Falsa. Diversos estudiosos sobre esse fato histórico assinalam que a Peste Negra foi capaz de ceifar entre 25 à 33 por cento de toda a população da Europa Medieval. Além disso, a Peste ocasionou a retração das atividades comerciais que se desenvolviam desde o século XI e o enrijecimento das obrigações servis em diversas regiões feudais.

d) Falsa. Antes da Peste Negra, a Europa viveu uma grande explosão demográfica causada principalmente pelo aprimoramento das técnicas agrícolas da época e aumento do potencial produtivo das terras destinadas ao cultivo agrícola.

e) Falsa. O referido drama vivido pelos sobreviventes da Peste Negra se justificava principalmente pela fácil transmissão da doença pelo ar, as falta de condições de higiene e o grande contingente populacional que tomava conta das cidades da Baixa Idade Média.

A correta: a) Verdadeira. A questão trabalha contundentemente a justificação religiosa dada para uma epidemia de proporções tão funestas. Sem contar com um projeto sanitário adequado, os nascentes centros urbanos da Baixa Idade Média se tornaram grandes focos de disseminação da doença. No entanto, a falta de um saber científico mais apropriado acabou atribuindo a tragédia aos pecados de uma população que passava a viver de maneira mais apartada dos antigos valores da ordem feudal.

6. O aumento da população e da circulação econômica seriam os principais indícios.

7. a) Porque considerava a usura uma forma de roubo condenada pelos textos sagrados. Entre os argumentos utilizados pela Igreja para condenar a usura:

• tempo pertence a Deus,

• condena o lucro sem trabalho,

• a usura seria um pecado contra Deus e sua Criação, porque o trabalho faz parte do plano de Deus,

• porque o trabalho do corpo e do espírito seriam as únicas e verdadeiras fontes de riqueza,

• porque a Bíblia, que encarna a palavra de Deus, condenava a usura.

b) A aceitação parcial da usura com a invenção do purgatório, abriu as possibilidades mentais. Isso fez com que as práticas financeiras pudessem ser mais aceitas e a nova maneira de se encarar a economia fosse, a longo prazo, se desenvolvendo.

Esta prática leva à expansão de uma classe de especuladores e credores que vivem do capital,
• tal prática inicia uma separação entre os que detêm o capital e aqueles que trabalham,
• o acúmulo de riquezas e/ou bens de capital são reinvestidos para gerar mais capital, o que acaba acarretando expansão das atividades econômicas, sobretudo dos empreendimentos comerciais

c) Sim, podem ser citados bancos e financeiras.

d) Reflexão dos alunos.

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