segunda-feira, 9 de abril de 2012

Os valores ideológicos da nova economia difundindo-se por toda europa. O "furacão" Napoleão Bonaparte. - parte 2 de 3

Os valores ideológicos da nova economia difundindo-se por toda europa. O "furacão" Napoleão Bonaparte. - parte 2 de 3

Ilustração 27: A linha em torno da Europa representa o Bloqueio Continental estabelecido por Napoleão.


Alguns países se viram em situação bem complicada com o Bloqueio. Portugal, por exemplo, tinha uma dependência econômica enorme da Inglaterra, mas ao mesmo tempo não podia enfrentar Napoleão. Sob a iminência de invasão, o principie regente português, D. João não titubeou. Arrumou as malas, reuniu a família, chamou seus quinze mil amigos da nobreza e fugiram para o Brasil sob a escolta de navios de guerra ingleses, sua maior colônia em 1807, abandonando o povo português.

Outros países, como a Espanha, encontraram uma saída um pouco mais honrosa e a resistência à dominação adquiriu caráter de resistência popular às tropas de Napoleão.

O fato é que o Bloqueio Continental teve vida curta. A Rússia, cuja economia dependia muito das exportações de trigo para a Inglaterra, pouco a pouco vai retomando o comércio com os ingleses. Mais uma vez Napoleão tem que organizar o exército para manter o Bloqueio. Em 1811, reuniu gigantesco efetivo militar de 600 mil homens que se dirigiram a Moscou para reprimir a desobediência russa.

Mas os franceses escolheram mal a época para fazer tal operação. Utilizando-se de ataques de guerrilha e usando a engenhosa tática da “terra arrasada”, os generais russos, que não podiam enfrentar o exercito francês em condições de igualdade, ordenam que Moscou seja incendiada e sua população retirada da cidade. As tropas francesas chegam na capital do império russo e não conseguem víveres para abastecer um exército tão grande e cansado depois de batalhas e marcha com armamento pesado por 3 meses.

Cansados, com fome e com o frio rigoroso do inverno russo, sem inimigos para lutar na capital, o exercito francês resolve voltar para Paris.

No caminho de volta, os exércitos russos não tiveram muita dificuldade em combater um inimigo tão debilitado pela fome, doenças e frio. Em 1812 voltam à França cerca de 40 mil homens, número que representava pouco mais de 5% do número de soldados que havia saído de Paris no ano anterior. Era praticamente o fim do exército francês.

Em março de 1814 a coligação formada por Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria invade Paris, colocam a dinastia Bourbon no poder, com Luís XVIII, e Napoleão Bonaparte foi exilado na pequena ilha de Ela, no mar Mediterrâneo. Mas, exatamente um ano depois, Bonaparte foge da ilha e retorna à França, colocando Luis XVIII para correr em fuga para a Bélgica.

Novamente a coligação militar se forma e mais uma vez derrota Napoleão em batalha decisiva em Waterloo, na Bélgica. Agora os ingleses tiveram a preocupação de mandar Napoleão para bem longe, na ilha de Santa Helena, local onde veio a falecer em 1821.

Os países vencedores da luta contra Napoleão Bonaparte se reúnem no Congresso de Viena, em 1814-15, para discutir os rumos da Europa. Ingleses, austríacos, prussianos e russos, basicamente, tomam decisões que caminhavam para três rumos:

a) Restabelecer o absolutismo nos países onde Napoleão impôs governos liberais, inspirados nos ideais da Revolução Francesa;

b) Retomar o tamanho das fronteiras que esses países tinham antes das invasões napoleônicas;

c) Formar uma coligação militar permanente, chamada de Santa Aliança, que reprimisse violentamente revoluções ou movimentos liberais burgueses que pudessem acontecer e colocar em risco novamente os valores absolutistas de poder.


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