segunda-feira, 9 de abril de 2012

O poder do dinheiro mais uma vez conquistando territórios. - parte 1 de 3

O poder do dinheiro mais uma vez conquistando territórios. - parte 1 de 3

O imperialismo, também chamado de neo colonialismo, consistiu-se basicamente na divisão de territórios, principalmente na África e Ásia, entre os principais países europeus, para exploração de matérias primas, migração de grande contingente populacional europeu e ao mesmo tempo despejar toda a produção industrial excedente oriunda da Revolução Industrial. Além disso, e excedente de capital gerado pela mesma Revolução industrial passou a ser investido em construção de ferrovias e exploração de minas de metais e pedras preciosas.

Ideologicamente falando, a invasão imperialista se revestia de argumentos preconceituosos, onde africanos e asiáticos seriam “beneficiados” pela cultura superior e mais desenvolvida que os europeus achavam possuir. Como predominavam nesse momento teorias que entendiam os seres humanos submetidos a uma hierarquia de raças (superior e inferior), deveriam os nativos interpretarem a presença europeia como um presente. Nestas interpretações, afinal de contas, estes povos estavam recebendo e aprendendo os valores culturais do homem branco europeu, entendido como ser superior dentro dessa hierarquia de raças.29

Do ponto de vista político, a corrida imperialista se constituiu em instrumento para aumento de efetivos militares, o que incrementou em muito também a indústria bélica. Com todas essas nações se armando até os dentes, aliado ao desejo cada vez maior de se conquistar territórios asiáticos e africanos, fica fácil de entender porque logo no início do século XX tivemos a Primeira Guerra Mundial da História.

Apesar da exploração imperialista ocorrer desde o início do século XIX, concretamente, o evento criado para “oficializar” a partilha colonial foi a Conferência de Berlim, ocorrida entre 1884 e 1885. Participaram dela 14 países europeus mais os Estados Unidos e a Rússia. A principal tarefa dessa Conferência, que na prática acabou não sendo muito respeitada, era a de delimitar áreas de exploração para cada país participante.

À França, por exemplo, couberam áreas africanas como a Argélia, a Tunísia, o Marrocos, o Sudão, Madagascar e a Somália francesa. Além de franceses, portugueses, ingleses, espanhóis, belgas, alemães e italianos dominaram áreas especificas da África.

No caso africano, é bom ressaltar que os europeus criaram verdadeiros países artificiais, ignorando as culturas dos povos locais e suas divisões étnicas. O que ocorreu, quando essas áreas foram descolonizadas, já no século XX, é que as diferentes etnias, anteriormente reunidas à força, passaram a lutar entre si para assumir o poder causando guerras intermináveis que, em alguns casos, duram até os dias atuais. Só o conflito entre tutsis e hutus, reunidos na época imperialista no Congo sob a administração da Bélgica, vitimou, a partir de meados do século XX, quase um milhão de habitantes entre soldados e civis que tentavam fugir da guerra.

Ilustração 30: África "partilhada" entre os paises europeus.

Na Ásia o processo foi o mesmo, cabendo à França, Inglaterra, Alemanha, Espanha e Holanda a ocupação dos principais territórios.

29Essa noção de superioridade pode ser observada facilmente no campo da cultura e das artes. É só lembrar de personagens da ficção, como Tarzan na África e Mogli na Ásia. Tarzan, para ficar só em um exemplo, era um europeu, perdido desde criança na floresta, criado por animais e que quando atinge a idade adulta se torna no Rei das Selvas.


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