segunda-feira, 9 de abril de 2012

Indicação de Leituras e Filmes

Indicação de Leituras e Filmes

Pelas características próprias de nosso curso, optei por oferecer algumas possibilidades de leitura que, embora em número reduzido, certamente enriquecerão e aguçarão a curiosidade daqueles que desejarem se aprofundar em determinados temas. São inúmeras as indicações de bibliografia para o período que estudamos, mas optei por relacionar aquelas que julgo essenciais, basilares para todo aquele que resolver enveredar por uma pesquisa mais sistemática de algum tema até aqui estudado.

Sobre a Idade Média ainda continua fundamental a obra de Jacques Le Goff. Para o período que trabalhamos o volume I de A civilização do Ocidente Medieval (Lisboa, Editorial Estampa, 1983) é a primeira indicação. Ainda no período medieval e sobre o movimento cruzadista, existem excelentes contribuições de autores brasileiros como a do professor Hilario Franco Jr, em sua obra As Cruzadas (São Paulo, Brasiliense, 1987).

Sobre o Absolutismo não conheço estudo mais importante do que o clássico Linhagens do Estado Absolutista de Perry Anderson (São Paulo, Brasiliense, 2004). A respeito da Revolução Francesa, a bibliografia é gigantesca. Sugiro duas leituras básicas: A Revolução Francesa, de Albert Soboul. (São Paulo, Difel, 1985) e o imprescindível A era das Revoluções, do maior historiador marxista da atualidade Eric J. Hobsbawn. Neste mesmo volume pode-se encontrar também analise detalhada sobre a Revolução Industrial e sobre o período napoleônico.


Já sobre as revoluções inglesas, tanto as de 1640, como a revolução gloriosa, são fundamentais os trabalhos do historiador inglês Cristopher Hill, sobretudo O eleito de Deus e O mundo de ponta cabeça, ambos da Editora Companhia das Letras, de São Paulo.

Ainda a respeito das chamadas revoluções burguesas, existe uma importante contribuição do professor da Universidade de São Paulo, Modesto Florenzano. Apesar de curta, a obra oferece os elementos essenciais das duas principais revoluções burguesas: a inglesa e a francesa (As revoluções burguesas, São Paulo, Brasiliense, 2008).

A filmografia desse período, já não é tão extensa quanto a bibliografia. Claro que existem muitos filmes sobre cada tema que trabalhamos nesse período dos séculos XVI ao XIX. Mas a seleção é reduzida pois com filmes é preciso ter algumas precauções, que se não observadas podem levar a algumas confusões ou até mesmo distorções de caráter histórico

Isso é natural, pois um filme ficcional nunca é produzido para servir de instrumento para cursos de Historia ou Sociologia. É uma obra de um determinado artista, que em função de sua liberdade criativa pode abordar momentos importantes do passado de forma romantizada, ou até descontextualizada, para atender as exigências de determinado público que quer atingir.

Portanto, o critério de escolha aqui utilizado seguiu da combinação entre qualidade narrativa, certo respeito a contextos históricos e fácil acessibilidade desses filmes em locadoras ou sites de internet.

Para a influencia da Igreja na mentalidade medieval, a exploração servil, o trabalho da Inquisição e o nascimento de uma lógica investigativa em contraposição ao teocentrismo medieval, temos O nome da Rosa, filme do francês Jean Jacques Anaud, produzido em 1986 e baseado no romance homônimo de Umberto Eco.

O filme Cruzada, de Ridley Scott, de 2005, apesar de tratar de uma cruzada especifica, já trabalha a noção de que a preocupação dos cruzados não estava só voltada para questões religiosas.

Sobre o renascimento cultural a melhor referência ainda é Agonia e êxtase, de 1965, que trata da vida do genial Michelangelo e sua conturbada relação com seu mecenas, o papa Júlio II.

A respeito da reforma protestante ver Lutero, filme de 2003. Com bela interpretação de Joseph Fiennes, o filme narra toda a trajetória do monge agostiniano, responsável pela grande ruptura da Igreja católica.

Obras importantes e muito bem feitas sobre o poder absolutista são Elizabeth, de 1995, e sua seqüencia Elizabeth: a era de ouro, de 2007, as duas tratando da vida conturbada daquela que foi a mais poderosa monarca absolutista inglesa da história.

O pensamento iluminista, as manipulações da igreja e o desenvolvimento científico podem ser observados em Pacto dos Lobos, de 2001, filme francês muito interessante mas que deve ser visto com algumas reservas, especialmente em cenas protagonizadas por conhecido ator especialista em artes marciais.

O pensamento iluminista, as manipulações da igreja e o desenvolvimento científico podem ser observados em Pacto dos Lobos, de 2001, filme francês muito interessante mas que deve ser visto com algumas reservas, especialmente em cenas protagonizadas por conhecido ator especialista em artes marciais.

Sobre o período napoleônico, apesar de minisséries e algumas adaptações mais recentes, ainda não vi nada tão bem feito como o clássico Guerra e paz, de King Vidor, produzido em 1956. Com exuberante figurino, belíssima fotografia e boas interpretações, esse épico trata da trajetória de Napoleão até a fracassada campanha na Rússia

A revolução Industrial não é tema de filmes lá muito conhecidos. Indico Daens: um grito de justiça, feito em 1992 e que trata da industrialização ocorrida na Bélgica no seculo XIX, e a conseqüente exploração dos trabalhadores e sua luta por conquista de direitos. Ainda hoje meus alunos de cursos presenciais, para explicar melhor noções como divisão do trabalho, desemprego, movimento operário e alienação do trabalhador, trabalho o filme Tempos Modernos, do fabuloso Charles Chaplin. O filme é ambientado em período posterior (crise de 1929 nos EUA), mas seus elementos centrais são basicamente os mesmos experimentados na Revolução Industrial.

Hotel Ruanda, de 2004, aborda o conflito étnico entre hutus e tutsis, gerado em função do processo de colonização realizado na África central pelos paises europeus na época do imperialismo.

Estão aí, portanto, as indicações para leituras e filmes. Espero que sejam úteis Ressalto mais uma vez que as escolhas são apenas algumas possibilidades entre muitas. Tem apenas o objetivo de fornecer alguns elementos básicos para aqueles que pretendem aprofundar alguns dos temas estudados no período delimitado pelo curso.

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