segunda-feira, 9 de abril de 2012

Os valores ideológicos da nova economia difundindo-se por toda europa. O "furacão" Napoleão Bonaparte. - parte 3 de 3

Os valores ideológicos da nova economia difundindo-se por toda europa. O "furacão" Napoleão Bonaparte. - parte 3 de 3

No entanto, a História ensina que determinadas conquistas são irreversíveis. Podem até sofrer determinados retrocessos, pois as relações humanas não são lineares. Mas os avanços e ideais que a burguesia implantou já faziam parte da mentalidade geral europeia e permeavam, com seus valores, não só a vida econômica, mas também as posições políticas presentes nos agentes históricos do século XIX.

Não é a toa que a Santa Aliança teve vida curta. Conseguiu até certo sucesso em expedições na Grécia e Espanha, onde os soberanos absolutistas corriam riscos. Mas em sentido geral não conseguiu fazer frente ao turbilhão de movimentos liberais que se sucederam na Europa (Portugal, Espanha, Grécia e França de novo, entre outros) e América (as independências das colônias, em sua grande maioria, eram todas de caráter liberal/burguês) durante todo o século XIX.

As unificações da Itália e Alemanha em 1870, ocorreram também dentro desse contexto de efervescência das ideias liberais, que esteve por traz dos movimentos nacionalistas, articuladores das unificações.

No caso italiano, a unificação surgiu também como resposta as divisões territoriais determinadas pelo Congresso de Viena.

Soma-se a isso o fato de que o norte da Península Itálica se desenvolvera muito em função da industrialização, que por sua vez impulsionou o comércio. Cidades como Milão e Turim já despontavam como os maiores polos de desenvolvimento econômico de toda a península. Em suma, a alta burguesia queria a unificação, pois isso lhe garantiria maiores possibilidades de competir no mercado externo.

Na Alemanha, o principal fator da unificação alemã foi o desenvolvimento econômico e social dos Estados germânicos, especialmente da Prússia. Ali se formou, em1834, uma integração entre os mercados germânicos, chamada de Zollverein, que foi fator determinante para o desenvolvimento espantoso que se verificou na região até sua unificação. De 1860 a 1870, distritos industriais e centros urbanos surgiram em várias regiões; as estradas de ferro passaram de 2.000 para 11.000 quilômetros; as minas de carvão e ferro permitiram o crescimento das indústrias siderúrgicas, metalúrgicas e mecânicas. Nascia um gigantesco complexo industrial alemão.


Ilustração 29: Guerra franco-prussiana, vencida pela Prússia de Bismarck, que selou a unificação da Alemanha.

Fonte:http://www.guerras.brasilescola.com/seculo-xvi-xix/guerra-francoprussiana.htm

Todo esse desenvolvimento, somado a política militar do chanceler Otto von Bismarck, que curiosamente era anti-liberal mas militante devoto da unificação, fez surgir no contexto político e econômico europeu uma nação que já nascera como potência: a Alemanha.

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