sábado, 17 de março de 2012

A Revolução Industrial



A Revolução Industrial

(séculos XVIII-XIX)


No seu dia a dia vocês estão rodeados de produtos industrializados: roupas, sapatos, televisão, computadores, alimentos, livros. Mas nem sempre foi assim. Dos milhões de anos de existência dos seres humanos na Terra, apenas nos últimos duzentos anos houve a presença marcante das indústrias.


Neste capítulo vocês vão conhecer o processo que, na Inglaterra do século XVIII, deu início à produção industrial. Para começar, observem as imagens e respondam às questões desta abertura.

Abertura

1. O que aparece na imagem 1? E na imagem 2?

2. Quais são as principais diferenças entre as imagens?

3. O que mais chama a atenção de vocês em cada imagem?

4. Que relação vocês estabelecem entre o título deste capítulo e essas imagens?

Informações

1. Observe a tabela abaixo e depois:

Produtividade na indústria inglesa de tecidos de algodão – Século XIX

Décadas

Número de horas trabalhadas

Produção por operário

Quantidade de máquinas a vapor

1830

100%

100%

100%

1840

87%

372%

170%

1860

87%

708%

280%

1880

82%

948%

800%

Adaptado de FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, s.d., v. III, p. 203


a) copiem no caderno o gráfico modelo;

b) com três canetas de cores diferentes, completem o gráfico de acordo com os dados da tabela;

c) unam os pontos da mesma cor. Em seguida, pintem a legenda de acordo com as cores que vocês usaram.

2. Agora, respondam no caderno:

a) Das três linhas desenhadas, quais são as duas mais parecidas?

b) Que conclusões vocês podem tirar disso:

c) Qual das três linhas representadas no gráfico sofre a menor alteração?

d) Por que a produtividade aumenta mesmo com a diminuição da jornada de trabalho dos operários?



Representações


Com base nas imagens a seguir respondam às questões no caderno:

a) O que as pessoas representadas em cada imagem estão produzindo?

b) Que equipamentos são utilizados?

c) Que tarefas são realizadas?

d) Em relação à situação do trabalho, quais são as diferenças entre as imagens?

e) Utilizem as palavras artesanato, manufatura ou indústria para definir as situações representadas.

Relações


Leiam os textos a seguir e respondam no caderno:

Sociedade de risco

"O futuro da Sociedade do Trabalho já pode ser observado no Brasil. [...],afirma o sociólogo alemão Ulrich Beck, 55, na abertura de seu último livro, "O Admirável Mundo Novo do Trabalho. [...].Beck aponta um dado alarmante: em dez anos ou menos, apenas um entre dois trabalhadores hoje ocupados na Alemanha terá uma vaga durável assegurada, e o outro trabalhará em "condições brasileiras", ou seja, à margem de qualquer sistema previdenciário [...].A crescente flexibilização e erosão do trabalho [...]são também compreendidas por Beck como uma "feminilização", termo sinônimo de brasilização.

Estamos convivendo com dois modelos de pleno emprego, os quais devem ser distinguidos com muito cuidado", explica Beck. "Um é o do Estado de Bem-Estar Social, modelo que previa, além do pleno emprego, seguridade social, plano de carreira para a classe média e estabilidade no trabalho. O outro modelo é o que chamamos de emprego frágil ou flexível, que implica carga horária variável, atividades de meio turno e contratos temporários, nos quais as pessoas desempenham vários tipos de trabalho ao mesmo tempo. As mulheres sempre trabalharam desse modo ao longo da história, e assim trabalha a maioria das pessoas nos países "subdesenvolvidos". É o que nós [...] poderíamos chamar de feminilização ou brasilização do trabalho.”


Mecanização engorda fileira de sem-terra

TIAGO ORNAGHI

DA AGÊNCIA FOLHA, EM ACREÚNA (GO)


A modernização do agronegócio, principalmente no Centro-Oeste, está gerando uma onda de desempregados nas fazendas de monocultura que se juntam em acampamentos de sem-terra.

Casos já foram localizados em Goiás e em Mato Grosso pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), pela CPT (Comissão Pastoral da Terra) e por entidades não ligadas à reivindicação pela reforma agrária, como a Secretaria da Agricultura do Estado de Goiás e a UDR (União Democrática Ruralista).

O coordenador nacional do MST João Pedro Stedile admite que a dispensa dos agricultores acaba facilitando o trabalho de convencimento do movimento. "O MST não precisa mais fazer trabalho de base, o agronegócio está fazendo por nós."

Neste ano, segundo Ernani Lopes Sobrinho, gerente da Agência Rural de Goiás, órgão da Secretaria da Agricultura, 3.905 famílias deixaram empregos em fazendas monocultoras e foram para acampamentos, aumentando de 6.560 para 10.465 as famílias acampadas no Estado, desde o começo dos trabalhos da atual safra, em abril. O aumento é de 59,53%.

"Esse aumento considerável na quantidade de famílias acampadas é resultado do alto índice de mecanização das lavouras de cana, soja e algodão", afirmou o superintendente substituto do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Goiás, Antônio Pereira de Almeida.

O pesquisador Philip Fearnside, da Coordenação de Pesquisas em Ecologia do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), diz que algumas culturas, como a soja, o algodão e a cana, que têm alto grau de mecanização, geram, em média, apenas um emprego para cada 200 hectares.

Os trabalhadores que faziam a colheita de algodão manualmente não tinham vínculos empregatícios com os produtores. Apesar de morar em áreas das fazendas, eles recebiam por empreitada, fosse no preparo dos campos, durante o plantio ou, mais comumente, na época da colheita.

Quando essas pessoas foram dispensadas, não receberam nenhum tipo de rescisão ou seguro. Atualmente, alguns agricultores que estão nos acampamentos chegam a trabalhar na colheita de tomates, para alguns fazendeiros da região. Para cada 15 quilos colhidos, ganham R$ 3. Mas o volume de trabalho não é suficiente para garantir ocupação a todos.

O presidente da UDR, Luiz Antonio Nabhan Garcia, diz que, apesar das dispensas de trabalhadores rurais estar ocorrendo, o agronegócio como um todo é gerador de emprego, pois as atividades que desaparecem no campo ressurgem nas cidades em funções ligadas ao processamento da produção. "A cadeia completa do agronegócio está gerando emprego no Brasil. Gera emprego justamente onde existe desemprego: nos centros urbanos."

"Mas a situação atual é muito delicada. Progressivamente, vai acabar a mão-de-obra no campo", pondera Nabhan Garcia.


a) No primeiro texto, o que significa “feminização ou brasilização do trabalho” para o sociólogo Ulrich Beck?

b) Ulrich Beck é otimista em relação ao futuro das sociedades industriais? Expliquem por quê.

c) Considerando a descrição que Ulrich Beck faz das atuais sociedades industriais, qual é a principal diferença entre elas e a sociedade inglesa da época da Revolução Industrial?

d) O que existe de comum entre o segundo texto e o que vocês estudaram sobre o trabalho durante a Revolução Industrial?

Releitura

1. Como vocês estudaram, a expressão Revolução Industrial indica um conjunto de transformações iniciadas com o aparecimento das primeiras indústrias na Inglaterra do século XVIII. O que justifica o uso do termo revolução?

2. Por que podemos dizer que os cercamentos contribuíram para a Revolução Industrial?

3. Quais são as principais diferenças entre o trabalho artesanal e o trabalho industrial?

4. Releiam suas respostas às questões 2 e 4 da abertura. Que outras respostas vocês dariam agora a essas questões?

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